Crise no INSS: Lupi na Berlinda e PDT ameaça romper com o governo Lula
O cerco está se fechando para Carlos Lupi. Em meio a um escândalo de fraudes bilionárias no INSS, aliados já admitem que o ministro da Previdência Social pode pedir demissão a qualquer momento.
O clima em Brasília é de tensão: isolado politicamente, Lupi está cada vez mais pressionado, inclusive dentro do próprio PDT, que ameaça deixar a base do governo caso ele caia.
A gota d’água? A nomeação do novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, feita sem o aval de Lupi nem do partido. Para interlocutores próximos, o recado foi claro: o ministro perdeu força — e apoio — dentro do Palácio do Planalto.
Mesmo sob pressão, Lupi enfrentou cinco horas de sabatina na Câmara dos Deputados nesta semana. Lá, fez questão de destacar as ações do governo contra fraudes na Previdência e afirmou ter pedido apuração sobre os casos ainda em 2023. O problema é que os resultados demoraram a vir e o responsável pela investigação acabou exonerado em julho de 2024.
A lembrança do escândalo de 2011 — quando Lupi deixou o governo Dilma após denúncias de corrupção com ONGs — também pesa no ambiente político. Desta vez, ele estaria mais disposto a sair por conta própria. Segundo aliados, o ministro estaria "cansado" da crise e não quer "permanecer a qualquer custo".
No PDT, o discurso é de ruptura. O líder do partido na Câmara, deputado Mário Heringer (PDT-RS), já avisou: se Lupi sair, o partido sai junto. “Esse governo não trata com reciprocidade os seus”, disparou.
Agora, todos os olhos se voltam para uma possível conversa reservada entre Lupi e o presidente Lula, prevista ainda para esta sexta-feira (2). O encontro não consta na agenda oficial, mas pode ser decisivo.
O governo pode estar prestes a perder um dos últimos pilares do PDT na Esplanada. E o impacto político disso ainda é imprevisível.
*Da redação : CNB|NEWS