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Eixo da Guerra: Coreia do Norte envia tropas à Ucrânia em apoio à Rússia e reacende aliança militar com Moscou

Eixo da Guerra: Coreia do Norte envia tropas à Ucrânia em apoio à Rússia e reacende aliança militar com Moscou

Pyongyang e Moscou estreitam laços em meio à guerra na Ucrânia. Envio de tropas norte-coreanas marca primeira ação militar externa desde 1953.

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Pela primeira vez desde o fim da Guerra da Coreia (1950–1953), a Coreia do Norte confirmou o envio de tropas ao exterior. Em um gesto inédito e simbólico, Pyongyang anunciou nesta segunda-feira (28) que soldados norte-coreanos estão lutando ao lado das forças russas na guerra contra a Ucrânia. A missão, segundo o regime de Kim Jong-un, visa apoiar a recuperação da região russa de Kursk — que, segundo Moscou, havia sido tomada por forças ucranianas durante uma ofensiva surpresa no ano passado.

Embora o número exato de combatentes enviados não tenha sido revelado oficialmente, estimativas de inteligência da Coreia do Sul, dos Estados Unidos e da Ucrânia apontam que entre 10 mil e 12 mil soldados norte-coreanos já foram mobilizados, principalmente no outono de 2024. Desses, cerca de 4 mil teriam sido mortos ou feridos, segundo o exército sul-coreano. Ainda neste ano, mais 3 mil soldados teriam sido enviados ao front.

Em um comunicado emitido pelo Kremlin, o presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu pessoalmente a Kim Jong-un e descreveu a ação como um “feito heroico” e um “gesto de verdadeira camaradagem”. “Os amigos coreanos agiram por um sentimento de solidariedade, justiça e verdadeira camaradagem”, afirmou o presidente russo.

O envio de tropas cumpre os termos de um tratado de defesa mútua assinado entre os dois líderes em junho de 2024 — o maior acordo militar entre os dois países desde a Guerra Fria. O pacto estabelece que ambas as nações devem fornecer apoio militar imediato caso uma delas seja atacada.

Segundo a Comissão Militar Central da Coreia do Norte, a missão teve como objetivo “aniquilar e eliminar os ocupantes neonazistas ucranianos” e libertar a região de Kursk em cooperação com os militares russos. “Aqueles que lutaram por justiça são todos heróis e representantes da honra da pátria”, afirmou Kim Jong-un.

Em Pyongyang, o governo já anunciou a construção de um monumento para homenagear os combatentes enviados à guerra, além de medidas preferenciais para cuidar das famílias dos soldados que participaram do conflito.

O gesto de Kim aprofunda uma aliança que desafia sanções internacionais e reconfigura o tabuleiro geopolítico no leste europeu e asiático. A presença norte-coreana em solo russo representa não apenas um apoio militar, mas também um sinal claro de antagonismo conjunto contra o Ocidente — em especial, contra os Estados Unidos, a União Europeia e seus aliados.

Da redação: CNB | NEWS

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