Suspeito de matar aluna da USP é encontrado morto com sinais de tortura em São Paulo
São Paulo, 24 de abril de 2025 – O principal suspeito de matar a estudante da USP Bruna Oliveira da Silva foi encontrado morto na noite de quarta-feira (23), na Avenida Morumbi, Zona Sul de São Paulo. Esteliano José Madureira, de 43 anos, apresentava sinais de tortura, com as pernas amarradas por um pano branco e vermelho, ferimentos por arma de fogo na nuca e mais de dez lesões corporais.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o corpo estava coberto por uma lona azul, e a suspeita é de que ele tenha sido assassinado em outro local e abandonado na via. A Polícia Civil investiga o caso como homicídio e busca imagens de câmeras de segurança para identificar os autores do crime.
Na mesma noite em que foi encontrado morto, a Justiça havia decretado a prisão temporária de Esteliano, acusado de envolvimento na morte de Bruna. Imagens de câmeras de segurança mostraram o homem perseguindo a jovem em 13 de abril, próximo à estação de Metrô Corinthians-Itaquera.
O corpo de Bruna foi localizado quatro dias depois, em um estacionamento da região, seminu e com sinais de violência, incluindo queimaduras e uma fratura em uma vértebra do pescoço. Segundo peritos, ela pode ter sido morta por asfixia. Um saco plástico também foi encontrado próximo ao corpo.
No barraco onde Esteliano morava, a polícia encontrou calcinhas, que, junto com um sutiã localizado próximo ao corpo de Bruna, serão periciados para verificar se pertencem à vítima ou a outras possíveis mulheres.
Esteliano possuía uma passagem por roubo em 2008, mas foi absolvido à época.
Quem era Bruna Oliveira
Bruna tinha 28 anos e era mãe de um menino de 7. Formada em História pela Universidade de São Paulo, ela cursava mestrado em História Social e havia sido recentemente aprovada em outro mestrado na área de Mudança Social e Participação Política.
Na noite em que desapareceu, voltava da casa do namorado e decidiu caminhar cerca de um quilômetro da estação até sua casa. O corpo foi encontrado a dois quilômetros da estação.
Sua mãe, Simone da Silva, lamentou profundamente a perda:
“Minha filha sempre lutou em prol do feminismo. Ela era muito contra a violência contra a mulher. Ela estudava isso e morreu exatamente como ela mais temia e como eu mais temia. E aí pergunto: Por que não fui eu? A dor seria bem menor.”
O Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) continua a investigação do caso.