iPhone "Made in USA" pode triplicar de preço e não deve acontecer tão cedo, dizem especialistas
Produzir iPhones nos Estados Unidos é um desejo antigo do ex-presidente Donald Trump, mas especialistas alertam que a mudança sairia muito cara — para a Apple e para os consumidores.
Segundo analistas, transferir a produção do iPhone da China para os EUA faria o aparelho custar até três vezes mais. Um modelo que hoje sai por US$ 1.000 (cerca de R$ 6 mil) poderia chegar a US$ 3.000 (R$ 18 mil), de acordo com Dan Ives, analista da Wedbush Securities.
Por que o preço subiria tanto?
Além dos altos salários nos EUA, a Apple teria que enfrentar grandes desafios para levar sua complexa cadeia de produção para território americano. A empresa leva décadas montando essa estrutura na China, e replicá-la nos EUA não seria simples.
O Bank of America calcula que apenas os custos com trabalhadores aumentariam o preço do iPhone em 25%, e estima que a fabricação total em solo americano elevaria o custo do aparelho em até 90%.
Mudança levaria anos e bilhões de dólares
Ainda segundo Ives, transferir apenas 10% da produção da Ásia para os EUA levaria pelo menos três anos e custaria cerca de US$ 30 bilhões. Para ele, imaginar que os iPhones possam ser facilmente feitos nos EUA é "subestimar a complexidade" da produção global atual.
E o plano da Apple?
A Casa Branca citou o plano da Apple de investir US$ 500 bilhões nos EUA até 2028 como um sinal positivo. No entanto, esse investimento é voltado para áreas como inteligência artificial e data centers — e não para a fabricação de iPhones.
Apesar do desejo do governo, os especialistas afirmam: fabricar iPhones nos EUA é inviável por enquanto.