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Greve de transportadoras pode parar os Correios

Greve de transportadoras pode parar os Correios

As entregas dos Correios em todo o Brasil podem ser interrompidas a partir desta segunda-feira (24/03). A paralisação iminente resulta da insatisfação das transportadoras terceirizadas, que denunciam atrasos sistemáticos nos pagamentos realizados pela estatal.

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Cerca de 118 empresas de transporte que prestam serviços para os Correios emitiram uma carta reivindicatória na semana passada, informando que irão “suspender a execução dos transportes de cargas em âmbito nacional” caso a regularização dos pagamentos não aconteça até hoje.
O problema ganhou proporções alarmantes quando as transportadoras divulgaram um comunicado conjunto endereçado ao presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos. No documento, os empresários classificam como “inadmissível a continuidade das execuções dos serviços” diante da irregularidade nos pagamentos.

Um dos transportadores afetados é Vanderlei de Souza, proprietário de uma empresa em Cascavel que aguarda o recebimento de R$ 413 mil desde 16 de março. Segundo ele, a situação se arrasta desde o mês passado, quando os Correios começaram a atrasar valores de serviços já executados e faturados.

Já fiz duas notificações, mandei para o pessoal de Curitiba, porém os gestores não dão satisfação nenhuma. Na segunda-feira eu já tinha bastante impostos e combustíveis com pagamento atrasado devido a isso“, relatou o empresário.

O impacto da possível paralisação seria especialmente sentido nas grandes capitais. “Nas grandes capitais como Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, segunda-feira será um caos total“, alertou um dos representantes das transportadoras.

Em resposta às ameaças de greve, os Correios emitiram uma nota reconhecendo problemas técnicos no sistema de pagamento. A estatal afirmou que “os pagamentos já foram realizados e as compensações serão concluídas até o início da próxima semana“, garantindo ainda que as entregas em todo o país não foram afetadas e seguem ocorrendo normalmente.

A crise surge em momento delicado para os Correios, que se preparam para lançar um marketplace próprio. A novidade busca reverter os constantes prejuízos da estatal e terá como principal atrativo justamente a entrega exclusiva de mercadorias – serviço que agora enfrenta ameaça de interrupção.

As empresas terceirizadas são responsáveis por grande parte da distribuição de encomendas em todo o território nacional. Com frotas que, em alguns casos, chegam a 600 veículos, estas transportadoras formam a espinha dorsal do sistema logístico dos Correios.

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